Acho que eu tinha começado entender. A vida realmente era um sopro. Por instantes você esta lá, de braços abertos ao mundo, sem mascaras para o amor. Assim como em instantes você esta aqui, inundada pelo seu próprio ego. Correndo contra as sensações, evitando qualquer tipo de envolvimento. Arrancando com unhas e dentes tudo aquilo que te fizesse vibrar por alguns segundos. Fugindo e se travando aos sentimentos, fossem quais fossem. Era pra ser temporário esse gelo todo, pelo menos acreditava que seria. Agora esta aí, a mais de um ano e você continua aí, sobre esse prédio vazio, sobre esse terraço iluminado pelas estrelas. Pois é o único lugar da cidade aonde ainda se pode enxergá-las. La em baixo a vida correndo, continuando como todo mundo sempre fez. Mas você ainda esta aí, travada, parada, congelada no tempo. Querendo e se rasgando pela sensações que deixou escapar algum tempo atrás.
Talvez se ele pudesse voltar. Sim, eu acho que eu tentaria outra vez. Acho mesmo que deixaria para lá toda aquela babaquice de correr do amor. Me entregaria mais uma vez, ao mesmo corpo, ao mesmo calor. E tentou, pulou sobre seu corpo, olhos no fundo dos olhos e quando estava quase lá, parou. A quem estávamos enganando? Você não estava mais lá, a não ser seu corpo e seu calor. Você não estava mais lá. E eu podia ver isso em cada vez que piscava e desviava o olhar. Porque antes não desviava, antes e fazia sentir borboletas. Eu tremia involuntariamente sem parar. E o mundo parava, sem ser clichê. Ele parava mesmo, caramba, toda vez que me abraçava meus pés saiam do chão e o mundo parava de girar. Coisas que guardei. O toque, o arrepio, o fôlego ofegante, a ansiedade, as ondas no estomago. Não guardei os beijos, mas as ondas. As que eu sentia toda vez que tocava suas mãos no meu ombro, ou no meu joelho provando sem querer que eu era sua. Lembro exatamente do olhos, do sorriso, da invasão entre a alma. Lembro-me bem de como chorava ou lamentava e também de como cheirava. Não eram flores, mas o cheiro forte. O perfume marcante e extremamente comum e bom.
Me travei da vida, por culpa desse sentimento que antes me tirava os pés do chão. Quando apertei play o jogo já estava virado, assim como a página. E eu não poderia voltar atrás.Não estou falando dessa história. Mas das ondas no estomago. Eu não as conseguia mais sentir, e o desespero tomava conta do meu corpo inteiro. Quando foi que desejei parar de lembrar-me dele. Quando foi que decidi trocar a musica do rádio. Quando foi que me fechei para mim mesma.. Sinto falta do amor. Não da euforia. Mas das ondas e repito: As ondas são o que jamais vamos esquecer. Euforia vem e passa. Mas o amor, aquele que você não sabe quando sente. Mas sabe que te sustenta de certa forma. Aquele que te faz sentir um aperto no peito. Que te faz sofrer até o ultimo fio e te faz voltar no mesmo instante. Se já o senti, não tenho certeza. Mas tenho certeza de que voltaria atrás, pra aquela mesma historia que me fez arder antes. Voltaria só pra sentir mais uma vez que o que importa não são as borboletas, porque borboletas vivem só 24h, mas as ondas.. ah meu amigo, as ondas bate aqui e ali, mas nunca se vão para sempre.
Realmente a vida é um sopro, mas no qual deles exatamente, eu me perdi?
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