domingo, 13 de novembro de 2011

O que se foi, guardei.

De repente, mas não tão de repente assim meu corpo se arrepiou, em frações de segundos meus olhos lagrimejavam, era como se eu nunca mais fosse sentir aquela sensação. Não da pra decifrar, era como uma vontade louca de olhar o céu, pular do penhasco, correr até as montanhas e gritar aquela felicidade pra voltar em formas de ecos, dando um enorme impacto sobre meu corpo e meus cabelos. Eu não enxergava o salão, nem as janelas, nem os instrumentos. Mas meu coração acelerava ainda mais, cada vez mais, quanto mais eu ouvia eles gritarem. E eu também gritava, e minha roupa caia e minhas pernas saiam do chão. Estava tudo ali, todos. Era tão incrível que eu não conseguia falar, se foi a voz. Se foram as manias, as birras, as vontades. Ficou ali só aquilo que era forte, que me fazia balançar, que me matava de tanto tremer. Ficou aquela vontade absurda e louca de nadar, me jogar no meio, deitar no chão. Eu não conseguia explicar, nem agradecer. Estávamos lá, na hora certa, no lugar certo. Estávamos lá, mãos com mãos, corpo com corpo, alma com alma. Uma perfeita sincronia, os perfumes se misturavam se transformando em uma fragrância rara. Não, eu não me lembro de alguém triste, era só sorrisos, abraços, danças. Vamos no beijar, fotografar, esquecer o amanhã. Aí eu gritei bem alto, no auto falante da vida. Eu gritei que devíamos aproveitar como se fosse o último dia. Era como se meus cabelos subissem ao alto e ficassem, como se meus olhos transmitissem uma luz tão grande e brilhante que todos ficaram contagiados. Eu estava mesmo louca, talvez fosse a tequila, talvez fosse os motivos. Talvez fosse a sensação de ter meu corpo inteiro tremer sobre meus órgãos. Eu não posso explicar, eu era feliz. Eu fui tão feliz que quando o sol nasceu comemoramos mais um pouco, saímos pela mata, gritando e enlouquecendo a cabeça. Dizem os fortes que foi possível enxergar estrelas pleno nascer do sol. Dizem os loucos que correr, pular, gritar, ainda era pouco. Abraçaram-se, se apertaram, se esmagaram, sorriram e prometeram que jamais um iria abandonar o outro, e que mesmo do outro lado do Planeta a gente ainda iria saber o real motivo de sorrir tanto e lutar tanto pela vida. Eu prometi que nunca os iria abandonar. Fiquei com o perfume, com as fotos, com as lembranças e saudades. Peguei minha mochila, peguei a estrada. Agarrei a melhor fotografia daquela noite e me fui, rumo ao sol, ao céu, as flores. E continuo indo, cada vez mais longe, mas nunca esquecendo que nunca devo esquecer o verdadeiro motivo de eu ainda sorrir, e lutar tanto pela vida. 

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