domingo, 17 de julho de 2011

Se vem as 4, as 3 já começo a ser feliz.

É como aprender a conviver com a solidão e gostar dela. Como subir as escadas escuras no meio da madrugada e não sentir um fio de cabelo arrepiar por culpa do medo. Me sinto enlouquecidamente transbordando de sentimentos. Sejam confusos ou concretos, exatos. Sejam eles certos ou errados demais para o entendimento de alguns. E eu não posso negar que sei que vai passar, que talvez na outra estação do ano eu volte e solte gargalhadas sobre essas palavras que estou largando por aqui. Mas agora, só agora. Eu não iria querer outra coisa. Uma casa nova, uma vida nova, um novo eu. Não sinto medo, me sinto até segura demais. Culpa sua que me deixou tão mal acostumada. É isso que eu sempre quis. Uma casa aconchegante, o sorriso da minha mãe na sacada tomando chimarrão ao fim da tarde. Uma novela tranqüila e um ar harmônico. Foi por isso que eu sempre desejei e lutei. Por essas tardes a sua espera, pelos encontros no corredor. Pelo segredo de te ter pra mim. Mesmo que fosse ali, envolvidos em paredes e janelas. Mesmo que fosse ali, com um filme clichê de sempre, e com meus brigadeiros que nunca são só brigadeiros. Duas almas, um só coração. – Apenas o meu – que talvez ame por nós dois. Mas quando te olho nos olhos, quando te encontro assim com esse perfume que me deixa nos ares. Com esse sorriso que me da forças. Não consigo duvidar. Quando me acorda as duas da madrugada só pra dizer que eu sou engraçada o bastante pra te fazer rir depois de um pesadelo. Ou quando pede pra eu olhar a lua, e mesmo teimando que aí ela brilha mais, sabemos que é a mesma. Aquela que me abraça e me leva até você. Não é abuso pedir que repita mil vezes que me ama, mesmo que vezenquando se esvaire da boca pra fora. Se você ao menos soubesse o porque lhe peço isso, porque é uma das únicas razões que me fazem achar que ganhei o dia. Depoimento de uma apaixonada – é o que diriam por aí os lunáticos. – E o que vou dizer? Não sei o que sinto, sei que quero. Sei que choro de felicidade e quase morro e vivo outra vez de saudade. As coisas não deviam ser assim, mas mesmo com todo esse erro nos envolvendo, eu digo-te que sou tua. De corpo e alma, de pele a unha. De sorriso a lágrima. Mesmo que isso dure 4 horas apenas, mesmo que esse ‘de corpo e alma’ não seja totalmente isso. Só que aquelas tardes escondidas, com teu sorriso de brinde, umas caipiras e meus olhos me fizeram ainda mais gamada. Talvez essa seja a palavra. Sou gamada em você e por teu apreço venho, trinco e pago o quanto for. Sabe o que me ganha? É te ver deitado e largado no chão da minha sala, com um sorriso bobo e nada ingênuo. Vindo a minha direção, fazendo carinho em meu rosto e logo depois me beijando. Beijando em uma calmaria que me faz atravessar mundos. É assim que eu lembro de você, tão errado e proibido. E deve ser por isso que eu quero tanto. Não te peço uma história de amor, mas que cada desses encontros e desencontros sem querer querendo, no final nos sirva pra lembrar e querer reviver. Não me sinto culpada, e nem quero que se culpe. Como diz Caio Fernando Abreu “ O que importa é o quão isso te faz sorrir menina, e só. “ Já esta quase na hora de dormir, ainda estou na sacada esperando que ligue outra vez. Mas claro, não irá ligar. Quer me deixar morrendo de saudade, como se duas horas sem te ouvir já não me fizesse ir até o inferno e voltar aqui, pra esse céu, que foi onde te encontrei. Não sei o quanto isso vai durar, ou o que realmente é isso. Mas o outro sente quando um sorri do outro lado, seja do outro lado da linha, ou da vida, ou do muro. E enquanto me fizer sorrir, eu vou estar bem aqui. Boa noite vizinho do lado, que nunca saí pra fora de casa. Ou da janela. Ou da minha vida.

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