É como os vejo, morrendo e tentando. Bilhões de seres como eu, tumultuando uma rua. Um grita daqui, outro buzina dali. Todos buscando por um término de utopia. Costumo dizer que no inverno as pessoas ficam mais charmosas, melhores, mais perto. Mas também lembro que no inverno morrem mais, desistem mais. Somem mais. Quantas vidas, quantas quase-vidas. Caminhando um trajeto de todos os dias, me perco em pensamento. E me vem aqui, o que cada um estaria pensando. Quantos são realmente felizes, quantos estão pensando em um enforcamento clichê. E assim acabaria seus problemas? Resolveria se deixando partir? Nunca ninguém sabe, e por isso nunca ninguém responde. Mas uma coisa é certa, quando alguém pensa em suicídio, ela não pensa em acabar com a vida. Mas sim com a dor. E essa é a diferença. Dinheiro não trás felicidade. Amor trás felicidade. E de que amor estamos falando? Tudo bem, acredito que dinheiro não compra a morte. Mas não que não traga felicidade. Seria um mundo de porcos imundos, também concordo. Mas quanto isso resolveria? Quantos roubos não aconteceriam? Me preocupo, seu cabelos estão quase brancos, sua cabeça explodindo de pensar. Contas e contas. Estamos aqui, sorrindo e bebendo. Mas quando foi a ultima vez em que não se preocupou com nada. Em que sorriu sem medo, em que chegou em casa e continuou com a alegria em seu coração? Eu me sinto segura, feliz. Até subir as escada e sentir o vazio. Um vazio de vozes, de gente, de vida. Esta sempre lá, no mesmo lugar, pensando nas mesmas coisas, enquanto eu me isolo em um mundo ilusório da Internet. Enquanto eu sonho, e penso e escrevo algo muito ruim. Mas escrevo. E você, esta sempre lá. Me culpo, se escabelo, me engano. Talvez isso melhorasse as coisas, pensei, pensamos. E piorou. Quantos livros já leu, quantas vezes rezou. E nunca se moveu pra que algo acontecesse. Eu queria que pensasse como eu. Um mundo tão pessimista, com tantas vibrações negativas. Me canso, me esvairo, me termino. Se pelo menos todos pensassem que são capazes de chegar até a lua se quisessem.
Eu tenho medo de vida, de ar. Tenho medo de verdades. E mesmo assim prefiro encará-las. Sonho alto demais, sempre me dizem. Me pedem pra ter cuidado. E até onde você iria para ser feliz? Há dias que acordo desesperada, sem reação. Estudar, trabalhar, ter dinheiro, viajar e ser feliz. Mas ser feliz estudando, trabalhando, ganhando dinheiro e viajando. Se eu pudesse mover alguma coisa, fazer alguma coisa. O problema não é na falta que as pessoas tem. O problema é no quanto não acreditam em nada. Deus existe. Se você quiser que ele exista. Precisamos acreditar em algo, nem que seja em nós mesmos. Não posso mudar nada, nem se quer o lugar da minha cama. Mas eu falaria, pediria, suplicaria. Acreditem mais, imaginem mais, sonhem mais. Como se palavras de uma lunática conseguisse fazer alguém olhar com o coração. Como se as palavras de alguém que quer ser feliz, também transformasse tristeza em alegria. Eu só não quero desistir do mundo, seria como desistir de mim, de você. Um sorriso, alguns trocados no bolso e mais um dia chuvoso. Mas é sempre assim, enquanto alguns se matam, outros rezam pra nascer. Mas pior do que morrer de verdade, é morrer em vida, é se desacreditar em vida. E é isso que eu vejo todas as vezes que olho pra essa multidão toda na rua. Sorrisos que deveriam ser chamados de lágrimas. Tenho medo de colocar tudo isso na minha cabeça e acreditar mesmo, que o mundo é só toda essa porcaria que eu escrevi. Só espero que assim como eu, do outro lado do mundo, alguém pense em como precisamos de fé. Não quero me esconder nessa tristeza que escrevo. Mas estou tão terminada, tão na flor da idade.. Deus, dá-nos força e fé, e coragem. E vida, e vida, e vida.
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