Que fosse doce, repito, que seja doce.
Seus olhos não eram como antes, aquele brilho que me fazia permanecer intacta havia desaparecido. Sua voz estava mais grossa, mais brava. Seus abraços eram esmagadores e não mais um refugio pra mim. Você não era mais quem eu amei. Como se fosse uma encarnação. Era frio, gelado e tinha uma risada amarga e irônica. Sua boca se transformava em palavrões. Havia fugido, se escondido. Onde esta a melhor pessoa do mundo? Talvez fosse mera ilusão. Mas amou, e se entregou de corpo e alma a mim. Agora é isso, essa coisa que eu não entendo. Juro que quando vejo as fotografias, já amareladas na minha gaveta. Penso que era outra pessoa. Diz que lembra de tudo, e talvez eu voltasse a te amar, cada vez que estivéssemos sobre imensidão de estrelas e você dizendo em meu ouvido tudo que já passamos um dia. Porque aí, é como se você voltasse. Se desenterrasse outra vez, voltasse a superfície. Em segundos eu posso ver o quanto observa como antes, o quanto sente saudade e o quanto daria tudo pra voltar. Mas apenas quando esta lúcido. Embriagado se torna o monstro do meu pesadelo. E aí eu fujo. Você me espanta, é sujo e idiota. As pessoas mudam, foi o que o universo me falou. Mas você sabe que não pode evitar, teus olhos não conseguem me mentir. Apenas olhe comigo, relembre, mas não queira voltar. A gente não existe mais. Eu não consigo amar, você não consegue entender ou mudar. Aproveite sua vida, me odiando ou desejando. Não somos como antes, e isso as vezes me machuca. Foi nada não, só saudade e vontade de falar – ou entender . O doce virou sal. Você se foi e eu também. É isso caro amigo, nos perdemos. Esse ano o verão acabou, cedo demais.
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