Fosse pelo fato de ser toda a tempestade que era. Fosse apenas por ferver como um vulcão em erupção. Não sei e nunca saberia o motivo de conseguir me enlouquecer tanto. E eu pedia a Deus que não se acabasse. Nem se quer sua voz eu havia ouvido antes, ou imaginado o quanto sorria bonito. Era mesmo encantador, e disso eu não tinha duvida alguma. Perfumes sempre me chamaram atenção, mais do que qualquer outra coisa talvez. E o seu ainda esta em minhas narinas. Eu sabia que era perigoso e mesmo assim queria aquele veneno correndo e entrelaçando em minhas veias. Não sei dizer ao certo que dia era, mas era frio. Uma tarde de outono, ou uma noite de inverno. Quarta ou Sexta feira. Coisas que nem nós lembramos mais. Era proibido, e por isso eu queria arriscar, eu queria pra mim, porque mesmo sabendo que jamais o teria de alma, ao menos queria fazer meu corpo ferver ao seu. Senti uma proteção ilusória ao tê-lo me abraçando e acariciando. Fechava meus olhos e imaginava coisas que poderiam se resolver apenas se você continuasse ali. Do meu lado. Mas não continuou, eu não era a primeira. Eu era, a outra. Logo eu, logo eu que sempre detestei rachar a conta, que nunca aceitei metades, que nunca quis um meio amor. Estava ali, envolvida com algo que jamais chegaria se quer, a ficar uma noite na minha estante. Eu te levaria para casa, te deixarei no portão meio rosado.. e ai então, seguiria em frente. Como se nada jamais tivesse acontecido, como se teus olhos não tivessem se revirado aquela noite, como se suas mãos não tivessem me feito carinho pelo rosto inteiro, como se sua boca jamais tivesse sido por segundos minha. Você fingiria ter cortado os lábios enquanto comia uma carne ruim. Seu cabelo dessarumado seria culpa do capus. E eu? Seria como se eu não tivera jamais ali (...) É calmaria, jamais passou dos limites – como se eu não quisesse que tivesse passado. – Jamais se atreveu a me deixar, 40 dias e 40 noites de palavras jogadas fora. “ Desliga o telefone “ foi o que eu mais ouvi durante todas as minhas férias de verão. – Estou com saudades. – Queria você aqui. – Precisava de um abraço teu. – Você não é só mais uma e nem como elas. – Éh! Eu poderia acreditar se já não fosse tão fria. Talvez eu tenha acreditado. E agora onde esta você? Curtindo mais uma balada de faculdade. Deixando-se esquecer aquela adolescente confusa e imatura no corredor da festa. Se sentir minha falta, queria que soubesse que ainda existo. Mas já não sei se posso lhe oferecer algo mais do que um aperto de mão. Se pisar ele gruda, se grudar ele pisa. Cansada de ouvir esse papo besta, de pessoas bestas e imaginação fraca. E se eu pisar e ele desistir? Foi porque ele não me amava? Mas não precisa pisar, pra que ele grude e ame? E se eu grudar e ele também querer grudar? E se eu ligar primeiro, deixar mensagem primeiro? Isso não mostraria que eu estava interessada? E ele saber que eu estava interessada não é bom? Então quer dizer que preciso abandonar, não fazer o que eu tiver vontade, não beija-lo quando meu corpo o chamar, não dizer que sinto muito, que quero muito, apenas pra que ele goste um pouco dessa aventura que é me conquistar? Mas eu já estou conquistada, então precisarei fingir? E se eu fingir que desisti e ele desistir de verdade? Falarei o que? Que ele não sabe como funciona? Chega dessa papo todo! Ninguém sabe como funciona, ninguém pode colocar na mesa regras que só foram inventadas por alguém que nem se quer chegou a amar duas vezes. Ou se quer se apaixonar por alguém. Quem aqui não gosta de aventura? Quem aqui não prefere que ele chame sua atenção no MSN ao invés de esperar que você o faça. Sempre me apaixonei pelos errados, mas também pelo certo. E disso tudo, o que tirei e no que acredito? Acredito apenas que não existem regras, que não são as pessoas que nos mantém vivos. Que devemos fechar os olhos e ouvir o coração. Que seja pra ser pateta. Mas que seja por amor. Deixar pra depois é deixar para o vento, é deixar que escape entre seus dedos. Que voe pra outros abraços. Não se humilhe, mas não desista. Não finja amor, sinta amor. Não acredite em nada, sem antes acreditar em si mesmo. Porque pelo certo ou pelo errado, aquelas duas vezes que me perdi naquelas tempestades, foram com certeza as melhores tempestades da minha vida. E se eu tivesse apenas pensado que não estava certo? E se eu tivesse apenas pensado que eu estaria sendo fácil de mais? A questão não é ser fácil ou difícil. Durona ou frágil. A questão é tentar ser feliz, e não é pra tentar ser feliz que a gente vive? Se eu tivesse deixado passar tudo isso sem nem ao menos provar desse veneno, certamente eu jamais poderia imaginar qual seria o antídoto. E adivinha? É tudo o seu sorriso. O motivo de eu me perder, e de me achar. E quem aqui vai opinar por dizer que um sorriso é certo ou errado demais?
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