Noite passada resolvi fazer uma confissão. Mas era algo mais do que fora do normal. E estranho. E pela primeira vez na vida eu vi que jamais havia antes, em momento ou hipótese alguma sentido isso. Tão casada e exausta de mim mesma, de velhas canções, de largar e abandonar por aqui amores que nunca deram certo. E é claro, se você me conheceu, provavelmente esteja em meio a esses rabiscos e quase terminados textos. Quando vejo filmes, novelas, seriados - onde, quase todas as vezes - no final, me pergunto porque nunca acontece isso comigo? Seja la o que for. Seja ter super poderes ou encontrar um garoto rebelde, com as calças rasgadas, ou então com um cabelo desarrumado e uma roupa bacana para mim. Entendem? Depois eu dou risada da minha cara de otária. Caramba, quantos anos eu tenho mesmo? Ou melhor, quantos anos meu cérebro tem? Nada disso é real. Talvez nem eu mesma seja real, talvez esse pouco de carne e osso que sinto doer quando me machuco seja só mera ilusão drástica.
Seria triste que minha vida fosse assim, como esta sendo ultimamente. Não levo muita fé em quase nada, odeio as vezes, e amo quase sempre. Mas o quase sempre, nunca existe. Dizem que quando odiamos alguém é porque ainda tem alguma coisa nossa por lá. Pois se não tivesse, simplesmente deixaríamos partir, sem dó, sem piedade. Seria inútil. E o pior? Nem odiar alguém, eu odeio. O que significa que provavelmente ninguém tenha levado algo meu. Um sorriso que fosse. Mas o que eu tentei confessar pra mim, foi que alguma coisa esta mudando. Ou talvez não fosse uma confissão. Talvez fosse só vontade de falar alguma coisa, pra alguém. Mesmo que fosse pro meu computador que a muito tempo já me escuta, me conhece e não me vê. Outro dia, perdida, sozinha e com frio. Em uma festa clichê de pessoas que eu não conhecia, com um som acústico calmo, vi todo mundo junto, cantando, se beijando, e me afastei. Em uma fração de segundos alguém apareceu na minha mente, quando me deitei na grama e apreciei as estrelas. Era meio rabiscado, mas eu consegui saber quem era. Meus lábios por si próprio sorriram. Levantei com raiva, de mim, dos meus pensamentos e com duvidas. Será que a gente pensa e sorri por quem não temos 1% de tipo de algum sentimento? Uma vez um certo amigo me falou: " O homem é o maior motivo de felicidade pra vocês mulheres. " E claro, neguei. E nego até me provarem o contrario. Porque não é assim, mesmo que seja, não é. Só que depois eu me pergunto. Porque eu fico tão feliz quando estou apaixonada. Porque o mundo parece tão mais certo quando vejo o sorriso de alguém que eu ame. Será que meu amigo estava certo? Será que somos tão idiotas assim? E para o final feliz, digo. Não! Porque quando estamos apaixonadas, o mundo é outro, entramos em uma atmosfera diferente. Talvez mais colorida. É claro que queremos ver o nome dele no MSN toda hora, e ver ele falando e puxando assunto e o ver sorrindo e seja lá quais forem as outras milhões de maneiras que gostaríamos de vê-los. Só que também sorrimos por um abraço de saudade, por uma musica bacana, por um amigo brincalhão, pelas atrapalhadas das mães e por outros mil motivos de estar vivos. E ai eu chego a conclusão, de que não existe forma de ser feliz. Chego a resposta de que não somos felizes por causa dos homens, ou só pelos amigos ou pelas musicas. Somos felizes por nós mesmos. Porque é nossa a sensação e é a gente quem a causa. Mas isso eu nunca senti antes, não é felicidade, talvez seja mais do que isso. É uma explosão, de certezas e duvidas. Não sinto nada, mas vejo você quando fecho os olhos. Não sinto nada, mas sinto uma saudade doentia. Não acho que combine nem um pouco comigo. E mesmo não querendo ser modesta. Acho que mereço algo melhor. Mas eu não mudaria nada em você. Nem o jeito em que me abraça ou como sorri. Não gosto do seu cabelo, nem das suas musicas. Mas não mexeria em um fio que fosse de ti. Queria que soubesse dançar em sinfonia comigo, mas adoro como ri e quando pede desculpas ao pisar no meu pé. Não gosto como é ciumento e como se explica em tudo. Mas também odiaria se não fosse assim. Não gosto dos seus assuntos quando começam a ser estranhos sobre os mil finais de mundos. Mas ninguém poderia me explicar melhor. Seu beijo não é o meu preferido. Mas desconheço outro que me faça trocar de planeta ao tocar meus lábios ao teu. Não gosto de como me leva a sério e de como não entende nada com nada. Mas odiaria se não fosse assim, tão atrapalhado; É disso que eu to falando, não é amor, não é paixão, não é gostar de alguém. Mas é sentir tudo isso e sentir meu coração bater forte ao escrever tudo isso. Odeio não entender o que eu sinto. E nunca senti isso antes, e nunca mais quero sentir. Não sei quando vou te ver e provavelmente todo esse encanto me fará pular e sorrir ou chorar, e não entender mais nada, ou entender tudo. Vai saber. Talvez amanhã eu queira abandonar tudo isso aqui, entre linhas mal resolvidas, entre histórias mal contadas. Ou eu queira nunca mais parar de escrever sobre isso, sobre esse alguém e esse sentimento, que nem eu sei, se é sentimento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário