domingo, 10 de abril de 2011
Preciso que tente.
Claro que não eram perfeitos, e eu não esperava que fossem, haviam brigas naquele meio, havia discórdia, mas amor. Sabe aquele pouco, que você consegue ver só se observar bem, aquele que aparece nos momento de distração. E era aquele nada pouco amor que salvava duas vidas, que fazia eles ainda estarem ali, lutando por dias melhores. Se preocupavam com a filha, e jamais iriam a abandonar. Não foram os primeiros e nem os últimos que eu vi sobrevivendo de algo que a muito tempo era já não era satisfatório. Talvez não houvesse desejo como antes, mas com certeza era algo pleno e intenso. E era o que os fazia abrir os olhos de manhã. Sempre parece fácil sorrir, ainda mais quando se esta longe de casa. Mas eu não queria dizer coisas assim, ou proferir frases do gênero. Me sinto sozinha, mesmo estando ao meio de muitas pessoas, pessoas que lutam por um dia a mais. O que eu esperava quando eu batesse na porta de casa? Que me recebesse com um sorriso sincero e não pra ser agradável, que fosse desagradável se precisasse. Mas que sorrisse, aquele lindo sorriso que só você tem. Esperava que estivesse com o café na mesa, com a tv ligada em algum desinteressante canal. Que me desse um abraço e perguntasse como foi. Que dissesse o quão maravilhosa tinha sido sua viajem, e que tinha adorado. Me contasse coisas que tinha visto por lá. Que ficasse curiosa pelo quanto eu me diverti naquela festa de sábado a noite e se eu tinha encontrado meu romance de filme.. Mas não, você sorriu só porque era dever ser agradável, não me abraçou e nem ficou curiosa sobre meu final de semana longe de casa. Eu vi alguém servir o café, mas não era você. Você continuou lá, sentada naquela varanda sem aquele sorriso que eu nunca quis que tivesse se apagado. Você continuou lá, a única coisa que me disse da viajem é que gostaria de morar lá. Porque era bonito é claro, mas porque também ficaria longe de tudo. Nem se quer sonhou um pouco, só praguejou por não ter sorte como as outras. Reclamou até quando te coube agüentar. Tinha um olhar frio e triste ao mesmo tempo. Algo que também me deixou triste. Que me fez ter vontade de chorar, de escrever, de querer ter o poder pra mudar tudo isso, essa história, essa vida. Acredito sim, que devemos pensar em coisas boas pra receber coisas boas. Que primeiramente devemos agradecer pelo que temos, antes de apenas se lamentar. Não estou dizendo que não é a melhor mãe do mundo, mas eu só gostaria que sorrisse, que tentasse levar essa vida e feliz, porque assim eu teria coragem de seguir em frente, segura, de que você estaria lá lutando por tudo, sempre, e assim, me fazendo sorrir também e junto contigo. As vezes queria que fosse minha melhor amiga pra que eu pudesse falar tudo o que tenho aqui, pra tentar ajudar. E é claro que eu poderia, mas quando você poderia me ouvir mãe? Você acabou de sair de casa, talvez atrás do teu destino. E já que eu não possa dizer-te nada, apenas pedi pra que sorrisse. Meu coração esta doendo, e eu estou sozinha, ta tudo embaçado demais, e eu não agüento mais que as coisas continuem assim. Estou aqui escrevendo, porque talvez aqui seja o único lugar pra falar comigo mesma. A quem diga que são reclamações, mas ninguém sabe o que se passa aqui por dentro. Não escrevo pra que leiam, pra que entendam ou julguem. Escrevo pra não explodir e sair sorrindo pra agradar, como ando fazendo a alguns dias. Eu sei que as coisas vão continuar assim, como estão. Mas eu ainda espero que você entenda o segredo da vida e que final de semana que vêm, me receba na porta da nossa casa, com aquele sorriso que nunca, nunca deveria ter se apagado.
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