" É este o problema com a bebida, pensei, enquanto me servia dum copo. Se acontece algo de mau, bebe-se para esquecer; se acontece algo de bom, bebe-se para celebrar; e se nada acontece, bebe-se para que aconteça qualquer coisa. " ( Charles Bukowsk )
Isso me fez pensar, lembrar de fatos, e em sã consciência ter em mente de que beber nunca, nem nunca resolverá alguma coisa. Talvez já sabemos disso, talvez iremos demorar pra entender. Mas porque é o primeiro socorro? Porque depois que seu namorado lhe coloca um chifre ou simplesmente te troca não ir ver filmes, ler um bom livro, dormir. Porque sempre acabamos deitados no chão imundo de alguma boate com a cara enfiada em um copo de Vodka. Porque então não sair, aproveitar, dançar. E deixar de lado a maldita que depois de segundos te trará efeitos a tona, te trará vergonha no outro dia. Que te trará um rasgão na roupa preferida. Beber pra esquecer. Tão patético quanto beber pra se soltar. Nunca tive, nem vou ter nada contra algumas caipiras no sábado a noite com suas amigas. Mas não é disso que eu falo. Eu falo de maquiagens borradas, de lágrimas no rosto, de palavras que mesmo sem vontade irão sair da sua boca. Eu falo de arrependimento no dia seguinte. Tão mais fácil conversar com o garoto no mínimo 20 minutos e ter a certeza de que ele merece seu beijo. Do que não enxergar absolutamente nada e trocar babas com alguém que você se quer lembra o nome. Talvez eu já tenha sido assim. Talvez eu até seja. Me fez sofrer, sofrer tanto que eu não conseguia se quer chorar, sofrer tanto a ponto de me convencer que eu não era melhor do que aquilo. E eu fraca que fui. Bebi, bebi muito, todas que eu pude, até as que não pude. O que restou? Bom, provavelmente alguns roxos das quedas. Um beijo na boca de alguém que se quer eu tinha alguma atração. Uma história patética. Mas muitas risadas. Quando bebemos estamos deixando que entre algo a mais do que somos, ou então estamos deixando que saia. Que se pronuncie. Quem não gosta de curtir um final de semana com muito alcool pra contar história. Quem não ama rir daquele amigo que passou da conta e que correu pela rua de cueca. Ou então, quem nunca bebeu tanto a ponto de achar que estava vendo mais do que existe. Que venha a tona, a alma que nunca quis beber pra cantar mais alto, pra dançar mais baixo. Mas ja vi muita coisa referida a isso. Já vi muita tragédia. Já vi, presenciei e senti o que é quase morrer por culpa do primeiro copo, o primeiro copo que nunca teria o poder de me deixar bêbada, o primeiro copo que seria o ultimo, o primeiro copo que me fazia rir tanto a ponto de chorar lágrimas escuras. (...) Que porra é essa, eu sei que final de semana vou sair e beber as que eu puder, e beber pra esquecer, se eu tiver que esquecer, e beber pra comemorar, se eu tiver que comemorar. Eu sei, também tenho medo de morrer por culpa dessa maldição. Eu sei, também acho que isso possa fazer mal pro meu futuro. Mas porra, aposto que eu escreveria melhor se eu tivesse bêbada agora.. Um fato? Estou terminando de servir meu ultimo copo da noite.
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