Te pediria pra voltar.

Outra vez estou aqui, não sei que horas são e de companhia ainda tenho e me resta a chuva, aquela que sempre me impressiona, a que leva a sujeira do mundo onde estamos vivendo a décadas. Já não consigo ler e talvez eu nunca tenha conseguido. Estou quase no fim, mas não saberia te contar sobre o que fala. Sou bipolar e isso te afeta, e minhas palavras ninguém entende. Como posso me explicar pra alguém que nem se quer sabe quando eu preciso de um abraço. Como eu posso entender alguém que parecer melhor longe de mim. Enfrentei, corri o risco, e não quis desistir. Mas agora dentro desse labirinto eu me pergunto se valeu realmente a pena. Todas as histórias são assim, todas as minhas histórias são assim. E agora eu ando com medo de criar novas. Comecei tão valente, tão general comandante. Tão fria. E estou terminando assim, mais uma vez, com papel e caneta nas mãos. Não sinto dor, nem sinto amor. Eu não sinto nada, e o vazio é um dos piores sentimentos que poderiam chegar até mim. Nunca acreditei que silencio poderia machucar, nunca acreditei nisso tudo, até você me provar. Era doce e agora virou sal. Mas não estou disposta a demonstrar isso. Vou sorrir e não vou cobrar. Talvez quando você se der conta de tudo, já seja um tanto tarde demais. Eu só não quero que me deixe assim, vazia. Eu só não quero que leve todos os meus sorrisos. Você errou e eu também. E talvez isso tenha sido uma prova de que nós já deveríamos ter desistido desde o inicio, desde o primeiro olhar. Porque o que começa pela metade, da mesma forma se termina, se acaba, se esvaíra.  Eu só sinto falta de você enfrentando a chuva por mim. O sono pela manhã, A preguiça pela tarde. Eu só sinto falta do seu cheiro mais perto, do primeiro sorriso e de como costumava me chamar. Eu sinto falta de como você buscava me conhecer e admirar. Eu só sinto falta de quem você era, mas no tempo de hoje te pedir pra voltar, deve ser pedir demais. Sinto falta de aproveitar algo, que amanhã, já não mais terá de fato importância nenhuma...