segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Um verão.

É só a chuva lá fora, com pingos de muita história. Muitas almas se encontram por ai sobre essa forte tempestade, algumas dormem, descansam, ou talvez também estejam olhando pela janela e sentindo a mesma nostalgia que eu. Mas eu não falo de simples almas, eu falo daquelas que guardo no peito, daquelas que nunca deixaram de existir e ser importantes pra mim. Fim de novembro, deveríamos estar todos na Internet como de costume pra combinar o que cada um levaria, onde seria o ponto de partida. O sol esta raiando alto, deveríamos estar perdendo provas, só pra mergulhar de mãos dadas em histórias que ficariam mais cedo ou mais tarde para trás. Talvez não tenhamos dado o nosso máximo, talvez nem tenhamos aproveitado como deveríamos. E agora o tempo passou, ele foi cruel, nos deixando apenas e só, essas lembranças, essas tais que me trazem lágrimas pela fase. Não de tristeza, mas de vontade de ter novamente o que agora, só podemos relembrar quando olhamos as fotografias, que quase amareladas, já estão se apagando. Quero de novo, aquele frio na barriga toda vez que o carro parecia que ia voar. Ou então os mandolates no parque de diversão, ou quando eu ficava hipnotizada. Não estava mal, apenas não queria que acabasse. Eu já tentei congelar o tempo - e não consegui. - De fato, fui um fracasso. As coisas já estavam mudando, e meu medo era de quando abrir os olhos não ver mais a casa bagunçada, molhada, ou o som tocando uma boa musica. Eu tinha medo de acordar de manhã, e as camas estarem arrumadas. E o pior, eu estar sozinha. Meu maior medo era e é esse, ficar sozinha. E eu nem tive tempo de pensar nisso. Dezembro, Janeiro, Fevereiro.. Quanta farra, quantas brigas, quantos abraços e lágrimas. Lembro-me ainda da primeira vez, e também da última. Se eu pudesse voltar no tempo, concertaria tudo, evitaria tudo. Mas não tenho esse poder. Gostaria de fazer um apelo. " Voltem! " Eu quero a familia sábia e divertida que eu tinha. Eu quero placas e balas no dia do beijo, eu quero fotos, calor.. água! Eu quero a história que cada um de vocês me ajudou a construir. Eu duvido uma sensação tão grande, como correr de biquíni na chuva e se rolar no barro. Ou então colher marcelas a alguns quilômetros fora da cidade. Ou talvez fazer piqueniques na praça, ou dançar e ensaiar, ou só olhar a lua e gritar como somos felizes. Havia muita coisa naquele meio, muitos erros, muitos acertos. Mas muita parceria, muito amor. E não era falso, ou então eu desconheço o que seja o verdadeiro amor. Jamais curti tanto o abacaxi, quando se fala em caipira nele. Jamais tomei tanto sorvete como naquele verão, e também, jamais engordei tanto e abri mão de tantas coisas. Aula? Não! É só junção. Nada importava, nem gripe, nem testes, nem pais e mães. Só queríamos estar ali, fosse segunda, terça, quarta.. fosse a morte de alguém. Estávamos sempre ali, de mãos dadas, com muita ironia, com muitas vontades. Mas com muitos sorrisos no rosto. Temos segredos, medos, lamorsa, vidas. E particularmente, seria estupidez colocar tudo isso no lixo. Eu acho que aquele sofá ainda esta no mesmo lugar, assim como o cheiro de coco de gato. Ou então o 'thay' esteja no armaria esperando a ser feito. Eu acredito sincera-mente, em cada palavra que eu ouvi, em cada eu te amo que eu disse. Eu acredito, assim como derramamos o suor em nosso corpo, como cada um de nós tem essa saudade. Besteiras acabaram com tudo, e talvez fosse preciso. O inverno também fez a sua parte. Cada um em sua casa. Como se isso realmente tivesse alguma mera importância. Esqueçam as palavras que trouxeram dor, lembrem-se de cada noite que tivemos, de cada tarde que lutamos por uma festa a mais. De cada pulo e grito de guerra na piscina, mesmo que fosse as 4 da matina. Lembrem-se das nossas danças e musicas preferidas. Ou talvez das fotografias. Eu sei que os meninos amam vestir biquínis. E sei que as meninas, adoram os vestir. Eu não peço a mesma história de antes, eu só peço uma história. Alguns ignorantes ainda guardam magoar. Mas eu sei que sozinhos, choram em seus quartos. Não podemos mudar o mundo, mas podemos refazer o nosso. Não preciso citar nomes, cada um que fez parte disso tudo se reconhece. Talvez pedir que voltem seria pedir demais. Mas eu só não quero passar pela rua fingindo que não conheço tais pessoas, que fizeram da minha adolescência a melhor que uma pessoa já pode ter. Eu amo cada um de vocês, cada defeito, cada sorriso. Sem brincadeiras e malícias. Eu adorava o fato de como cada um sabia me deixar completamente e estupidamente explodindo de felicidade. Não sei mais usar palavras bonitas, porque melhor do que lembrar é viver. E esta na hora de acordar, o funk já esta explodindo lá fora.. e eu sei que vocês, também podem ouvir.

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