Um dia isso acaba, eu sei.

É tão patético voltar a falar sobre isso. Logo eu que sempre odiei monotonia, principalmente essa monotonia, terminei tantas coisas por culpa disso. E agora me encontro aqui, nessa imensidão toda de duvidas. Não tenho duvidas sobre o que eu quero, porque eu sei que de certa forma consegui ser madura o bastante para decidir-me o que era de fato bom pra mim, o que de fato e sincera-mente me faz sorrir de verdade. Eu estava cansada, assim como minhas mandíbulas de ter que forçar o tempo todo um sorriso no rosto, já meio amarelado. Quero sorrir sem esforços, quero olhar sem rancor. Mas a cada dia que passa eu me decepciono mais, com você, com eles, comigo mesma. A cada dia que se passa, horas se vão, o tempo voou e eu ainda intacta em você. Me mande embora, assim como eu o fiz. Não gostaria que o passado voltasse, eu não queria concertar nada, nem colocar mais alguns erros. Aprendi com tudo, com os tombos, com os tapas na cara. Aprendi a enxergar com olhos puros quem é de verdade, e quem e irracional-mente de mentira. Não é ódio, é só alguma coisa que incomoda. Não culparia você, mas tem tudo a ver contigo. É um sentimento que me dá vontade de transmitir para ti. Cada um tem o que merece. Talvez eu não merecesse tanto amor assim. Ou tanta indecisão. Lembro claramente como se fosse ontem dos seus olhos me chamando, do abraço apertado quando eu desmoronava em lágrimas por medo. Lembro do teu cheiro, do jeito, da voz e da musica. Mas também lembro da sua falta de humildade, da sua grosseria, da sua falta de sentimento. Talvez eu tivesse quase derramando alguma lágrima salgada sobre seu tapete vermelho. Talvez você quase tivesse feito. Mas foi ali, exatamente onde começou que tudo se acabou. O vento levou, assim como trouxe. E não é crueldade do tempo, do destino. É apenas a nossa vontade. Tivemos tempo para decidir, e acho que agora já esta tarde demais.. desculpa, talvez eu tenha reparado antes de você, mas já era tarde demais, de fato.