sábado, 16 de outubro de 2010

O fim da linha.

Julgávamos nunca ter um fim, rondávamos noites a procura de algo e adivinha, sempre acabávamos na esquina daquele beco escuro com o numero 94 tal eu ainda lembro, rondássemos o quanto fosse, mudássemos o quanto fosse, mas no fim acabávamos sempre ali.. Como marionetes de um destino que nunca diz a verdade cara a cara, acabávamos ali, você me segurando pela cintura, eu observando seus olhos castanhos com um ar de amor, de solidão. A estrada sempre estava ocupada e cheia demais para nos fazer chegar até onde queríamos e muitas vezes - isso se tornou a definição de tudo - se tornou algo que começo para nunca mais acabar. Ainda lembro da gente brincando em seu quarto e na hora que o tempo congelava, sempre algo vinha a tona nos tentando explicar o porque de isso nunca ter um fim. Eu lutei por você, me desesperei, eu briguei, arranhei, ousei. E nada mudou. Você jurava amor, você chorava amor, mas simplesmente nunca correu por amor. Orgulhoso que é, jamais deu o braço a torcer. Mas claro não estou me referindo aquelas cartas tão cheias de sentimento e desculpas que chegavam até mim. Entramos em algum tipo de psicose, onde já não se podia evitar qualquer que fosse reação. Onde já não tínhamos tanta força para quando sentíssemos a respiração face a face, aguentar. Quando em uma tarde qualquer eu o vi derramar lágrimas, as minhas duvidas de sempre voltaram a tona. Quando senti seu coração acelerar a cada passo que eu dava diante a ti, minha cabeça rodava e eu ficava enlouquecida mente perdida nessa atmosfera, suja, feita de ódio, inveja e mentira. Mas como limpeza o amor, a paixão, a ternura.. que sem esforço você me transmitia. Errei ou acertei? Disse não, e isso é só o que eu sei. Talvez eu tenha perdido a chance e o amor da minha vida, talvez eu tenha me livrado de um mal que a muito tempo acompanha-me e carrego no coração. Eu tinha duvidas sobre o outro menino, eu não sabia ao certa o que eu queria, se queria, se não queria. E eu sabia que para que eu tivesse total certeza de alguma coisa. Um teria que sofrer, e que não fosse eu. Talvez um tanto egoísta eu fosse, mas eu precisava dizer-lhe. Beijei, ousei e entendi. As duvidas se foram em um mar de clareza, tão rápido quanto as luzes brilhavam naquela balada de entorpecentes. Você sentiu dor, sofreu, e não vai ficar bem. Mas quem de vocês pensou em mim, quando eu estava prestes a pular de um precipício de amor? Não sou mais tão certa, não tenho mais tanto medo. Tirei minhas duvidas. Você me diverte, me faz bem, é como se fosse meu ponto de paz. Mas tão vulcânica como sou, jamais conseguiria viver em sintonia com a calmaria desse mar, e todos sabíamos disso. Não pude resistir, seu perfume ainda me chamava a atenção. Mas hoje é a noite qual, eu serei falsa a ponto de dizer que te amo se você quiser, essa é a noite que eu te farei derramar lágrimas, essa é a noite que eu saberei quem realmente vive e toma pose de mim, da minha alma, do meu pobre - e podre - coração. Eu disse que não, querendo dizer sim. Disse que sim, querendo dizer não. Eu só queria respostas, e mesmo que isso viesse acompanhado de dor, eu não me importava, porque já estou um tanto crescidinha, pra conseguir suportar tudo isso ao agarrar meus ursos de pelúcia em minha cama. Não me preocupei com o que acabou. - Eu só queria que acabasse. - Agora eu tinha o cachorro certo sobre a minha cama, - pelúcia - e ele me daria muitos mais amor do que qualquer outro, ele me abraçaria todas as vezes que eu quisesse, ele me ouviria, sem opinar. Ele me amaria, silenciosamente e da sua forma, mas me amaria. E o melhor disso tudo, - sem pedir, esperar ou querer - algo em troca.

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