segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O que fica depois do adeus.

Quantas vezes foram as que nos despedimos, ou quantos foram os adeus? Alguns por vontade própria, outros apenas porque eu não sabia o que fazer. Tive utopia de que algum dia não fosse mais preciso a gente se despedir, tive utopia de que um dia seria para sempre. Mas sempre estive enganada. Já faz o que.. três ou quatro anos? Vejo esse teu sorriso que me acalma, esse teu cheiro que uso como tranqüilizante a tanto tempo. E nunca conseguimos fazer algum tipo de 'marca ao tempo'. Nunca tivemos tempo o bastante. Ai um dia acaba, chegamos ao final da linha. Decidimos juntos ou por si próprio que nunca deveríamos ser dois. As aguas se tranqüilizam, os sabores mudam. A atmosfera fica segura novamente. E logo quando eu me perco no beco escuro, talvez ao lado da sua casa, por algum descuido meu. A gente se encontra - e aí esta o erro - e fala muito, ou fala pouco, talvez ficamos em silencio. Mas quando sinto teu abraço apertado tentando me dizer como é grande a sua saudade as coisas mudam. É como se as forças que existem em você puxassem toda a minha energia, ou me drogassem em quanto eu dormia. É como se depois daqueles poucos segundos grudada ao teu peito tivessem o poder de mudar completamente algo em mim. As minhas vontades, os meus erros e acertos. É como se algo que já tivesse cicatrizado, pudesse voltar a tona, não como a ferida doida, mas como a esperança.. que talvez, nunca morra eternamente. A esquina, a meia estrada, a festa, a noite, a chuva, o vento. Seja lá onde for, precisamos dizer adeus. Uma ou duas lágrimas correm minha face, chegando até o chão, que é aonde tudo termina. - Ou eu pensei que terminasse. - O tempo voa, voa mais rápido do que eu costumo me apaixonar. E mal sabia eu, que seria possível eu me apaixonar tantas vezes pela mesma pessoa, pelo mesmo corpo, pela mesma voz, pelo mesmo perfume. Mesmo que se passem dois ou três anos. Algum dia você volta, eu por um tipo de sinal, percorro até o parque mais próximo. Sento na grama, escuto o velho som que me leva ao passado. Você chega, sorri e me beija. Uma nova história, os mesmos protagonistas. Eu tenho certeza que já vi esse filme, e se eu pudesse me controlar, eu não o veria de novo, pois já teria enjoado de tantas repetições. Mas é como dizem por ai, enquanto ainda existir algo, dentro de algum de nós dois, sempre voltaremos. Esteja eu aqui ou no Pólo Norte. O destino sempre dá um jeito - Ele sempre deu. - E talvez eu tenha medo, tantas vezes foi cruel ter que te dizer adeus. E não estou tão acostumada com a idéia de que amanhã ou depois eu irei te encontrar, em algum corredor qualquer. Talvez seus olhos ainda mexam comigo, e seu cheiro ainda consiga me drogar e me deixar em algum tipo de psicose.  Porque afinal, o que vêm depois do adeus? Afinal, o que é o adeus, para alguém como eu e você. Que na verdade nunca nos despedimos para sempre. Nunca colocamos um ponto final. E maior é o meu medo de que um dia chegue mesmo ao fim da estrada, e que você não volte mais para me dizer o quanto sentiu saudade ou o quanto você gosta do meu perfume. Tenho medo que algum dia isso acabe para sempre. Porque por mais que eu fale, por mais que eu consiga. - Eu não consigo - mais viver sem esse teu sorriso doce que me sustenta, lá no fundo. Não sei o que vêm depois do Adeus. Ou melhor, não sei o que vêm depois do 'nosso' adeus, porque como eu falei.. até agora eu só tenho visto vírgulas. E isso nem é tão ruim assim. Em um dia qualquer, em uma cidade ou uma época qualquer, quem sabe eu seja forte o bastante para te negar, e para dizer não aos meus desejos e teus beijos. Mas quem o dirá será apenas o tempo. E enquanto isso, eu vou por ai caminhando, me perdendo e me achando. Quem sabe daqui a meia hora, ou meia vida. A gente se encontre de novo, e tente tudo.. outra vez. - Só mais uma vez. -

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