Essa sou eu.

Sou mesmo toda essa confusão que você vê. Sou mesmo toda essa bipolaridade que toma conta do lugar que estou. Sou mesmo toda essa loucura que deixo transparecer. Sou mesmo toda essa indecisão. Posso passar anos tentando me entender e pesquisando sobre qual seria o meu grau de loucura, mas mesmo assim sei que em qualquer outro dia de sol nascente eu mesma me surpreenderia. Gosto de um bom rap estourando meus tímpanos nos dias de tristeza e alegria. A calça do uniforme é mais legal quando cabe duas de você, minha melhor amiga em vez de mulher, é um homem. Prefiro subir montanhas explorando-as sem saber aonde eu chegarei, mas com vontade de chegar a algum lugar; em vez de simplesmente comprar um mata barato que me levaria direto ao ponto. Cobri a parede do meu quarto com revistas cortadas de todas as formas, achei a melhor maneira de dizer ao mundo como é grande a minha vontade de realizar meu sonhos através dos lugares que nos recortes, aparecem. Não largarei o Muay Thai nunca mais, é a maneira mais real que encontrei de conseguir me sentir forte, também espiritualmente, sendo que erguendo pesos e correndo na esteira eu nunca consegui chegar a lugar nenhum. Tocar violão, e esquecer o resto do mundo é o que eu escolhi para mim. Sou levada por sonhos, sou traduzida em sonhos, eu sou do tamanho de cada um dos meus sonhos. Quando me dizer que eu não devo mexer com as coisas, é quando eu vou lá e as derrubo. Tenho medo do escuro tanto quanto uma criança de 7 anos de idade. A altura me faz tremer e ainda assim, eu amo voar. As vezes sou o certo e outras sou o errado. Gosto daquilo que menos te convém, gosto do veneno que te mata. Mas também sou louca por carinho. Ficaria loucamente apaixonada, se você tocasse violão e cantasse olhando para os meus olhos, alguma letra que você tivesse feito. Te amaria tanto, assim como eu não costumo amar mais como antes. Só amo as minhas euforias, só preciso me sentir bem. Em algumas noites solitárias eu desejo ter um namorado para ver filme comigo. Em outras eu agradeço por não ter e poder sair sem dar explicação. Queria morar em uma cidade grande, mas as vezes não sinto vontade de voltar embora da granja. Sou tranqüila, mas também sou lunática. Quero o silêncio, e dois segundos depois eu quero todo o barulho que eu possa suportar. Faço mil perguntas, nunca tenho se quer, uma resposta. Tenho medo do cemitério, mas gosto de ir lá a noite para beber. Fico feliz e então eu choro. Isso tudo se chama bipolaridade. Nunca vou saber ao certo o que eu quero, do que eu gosto. Amo vermelho e só tenho coisas verdes. Épocas eu quero você do meu lado, seja você quem for. Épocas eu só quero a minha liberdade. Mesmo quando eu tiver nos canyon's tirando foto. Ou quando eu estiver mostrando para o mundo tudo o que eu sinto aqui dentro. Ou mesmo quando eu pegar meu diploma de fotografia da faculdade. Eu ainda não saberei o que eu quero. Quando eu estiver pulando de big-jump eu vou preferir estar com os pés do chão. Quando estiver quente demais eu vou querer o inverno e vice e versa. Quando eu estiver te amando, ou eu estarei mesmo, ou eu estarei apenas fazendo com que você se torne uma boa lembrança. Eu posso te dizer tchau antes mesmo de dizer oi, ou, eu posso dizer oi e nunca mais querer dizer adeus. Porque essa sou eu, eu sou a confusão. Acredito só no que vejo, mas sou muito fiel a Deus. Então não tente, nem eu me entendo. Porque eu sei que mesmo quando eu terminar de escrever meu livro sem final, eu ainda não terei falado tudo o que sou. Ou então mesmo quando eu deitar na cama aos 50 anos, eu ainda poderei abrir os olhos e me surpreender, comigo mesma. Porque essa sou eu, e nem eu e nem você, entendemos.

" Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo. "