domingo, 12 de setembro de 2010

Durante uma noite, apenas.

Hora de sair por ai e mostrar para o mundo o quanto é bom de todas as formas estar vivo. É hoje a hora da usar todas as suas bases e tentar arrancar sorrisos por onde passar. Mais um dia comum, e para mim também. – Mas eu confesso que eu adoro a breve sexta-feira. - Alguém tão especial quanto quem você esperava esta presente, alguém com um poder de te deixar feliz magnificamente rápido. Poderíamos chamá-lo de melhor amigo, ou seu anjo, como você preferir. Um show, muitos perfumes, muitas pessoas e almas. Quantas histórias, algumas felizes e outras nem tanto. Muitos buscavam um aconchego lá aonde outros estavam dispostos a abandonar tudo. A rotina não começou na sexta-feira pra ser bem exata. Plena quarta-feira eu já conseguia prever o brilho no meu olhar. A noite do velho show chega. Algumas mil expectativa, outros mil amores platônicos. Mas pra ser bem verdadeira, - apenas um me cativava. -  Agora olho pela janela esta meio chuvoso, meio cinza. Mas por dentro eu me devoro em cores. Bem, não vamos perder o foco.. Algumas horas antes a correria começa, muita maquiagem pra ser tão divertido quanto não parar de pular. Uma janta com uns bons amigos, com os melhores. Sorrisos, histórias, segredos. Tudo se resume em uma questão de meia hora. E agora precisamos partir. Um All Star meio sujo, uma bermuda de verão, regata preta e uma camisa branca que eu teria encontrado no meu armário. Nada demais, no meio de tanta luxuria. Penso comigo, estou tão confortável quanto cafona. Mas claro, mais uma vez – eu estava enganada. -  Nunca liguei para o que achavam, era só mais um show e mais nada e eu sabia desde o inicio como seria. Muitas mãos apalpando aquelas pequenas meninas inocentes com saias curtas e vestidos apertados. Muitos aromas misturados com o poder de me dar náusea. E tudo se resumiria assim. Até que eu parta para a outra pista da boate, beba algumas tequilas e veja tudo girar. Cigarros me deixavam um pouco tonta, nunca adorei essa fumaça que me destranquiliza. Posso parecer um tanto sarcástica com tudo isso. Mas mesmo na hora de ir lá pular e gritar " Cara, eu te amo. " Eu não tive animo. Na verdade, não foi falta de animo, foi apenas perda de memória. Para mim, em todos os instantes eu preferi estar ali, pulando, dançando feito louca – como julgaram – do que estar lá ao meio de tantas pessoas que me deixavam sem respirar. A fumaça, a musica arrebentando meus tímpanos, o álcool tomando conta do meu corpo, e de repente.. um perfume. Parei, mesmo essa não sendo a palavra certa, pois eu não conseguia parar. Digamos que congelei. Minha visão meio embasada, começou a procurar por algo. – Mesmo sem saber o que era. -  Em uma fração de meio segundo eu me transporto para a porta de entrada. Magnífico. Foi a única palavra que eu consegui conceber. Eu jamais confundiria! Teu jeito, teu olhar e claro.. aquele teu sorriso torto, que só você têm. De alguma forma meio bisara, a euforia de sempre tomou conta de mim. Não consegui me conter. – Como se isso fosse realmente, fazer você me notar.  – Depois de alguma tempo, todo mundo volta. E eu ainda continuo louca, louca pela festa, louca pelo álcool, louca por você. A maior vibe e muitos, muitos desejos. Algo ou alguém. Toca tão lentamente na minha mão que chegava ser difícil de notar. Ligeiramente mudo meus movimentos, me encontro com os teus olhos. Eu não acreditava, não poderia ser. Mas sim, era. Era aquele perfume de antes, aquele que eu procurava em meio a tantos outros aromas. Suou da sua boca um oi e um sorriso, o que já foi muito para eu me perder. Me pediu um abraço e me beijou. Eu não sabia muita coisa sobre você, eu só sabia que você era a minha melhor euforia. Eu não sabia se você estava bem ou lúcido. Eu só sabia que era você quem eu queria. Teus toques começaram a ser constantes, tão lentos e desejáveis. Era doce, assim como o seu cheiro que ficou em mim. Sua mãos me tocavam com calma, tentando entender tanto mistério. Me perdi em meio teu moletom que nos fazia rir. A musica alta pareceu ficar em silêncio. A multidão de pessoas, pareceu sumir.. Eu sei que sou, fui ou posso ser insignificante para alguém como você. Mas por algum motivo, você se aproximou. E me deixou sem coragem de dizer tudo o que eu um dia jurei falar ao teu ouvido. Foi só naquela noite, pois na outra eu estava envolvida demais com o álcool para te procurar. Mas nem assim, te esqueci. E como se fosse um sonho.. eu abri meus olhos e acordei. Sua marca ainda estava em mim, assim como teu sorriso na minha memória e teu cheiro na minha camisa. Talvez isso tudo seja invenção de uma história mal escrita, talvez minha imaginação tenha tomado lugar demais em mim. Ou talvez por uma noite, eu posso dizer que me perdi, que me perdi em meio tanto amor, platônico.

" Pela manhã, foi muito difícil debater com a parte de mim que tinha certeza de que a noite passada tinha sido um sonho.. a lógica não estava do meu lado, nem o bom sendo. Agarrei-me ás partes que eu não podia ter imaginado. – Como o cheiro dele.  – Mas tinha certeza de que eu nunca teria inventado isso sozinha.  "

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