domingo, 15 de agosto de 2010

Talvez não faça sentido.

No final das contas é sempre assim, não sei como pude esperar algo melhor. No final das contas todos vão embora, quem você menos deseja, te deixa e você sente falta. No final das contas o dia sempre chega ao final, a tempestade sempre volta e o sol sempre seca as gotas nas folhas depois. Foi uma noite, talvez a única. Eu me nego entender o porque tudo tem que ser tão complicado. Não sei entender o porque a distancia pode machucar tanto e o egoísmo dominar-me tanto. Sim sou egoísta, porque não sei viver pela metade, não sei aceitar pela metade. Ou você é, ou você não é. Meio termo não existe. Tantas horas aqui tentando apenas ver alguma surpresa, algum recado novo, alguma pessoa on line na sua cabeça. Talvez os números seguidos e iguais significassem alguma coisa, ou talvez fossem só números. Tentei provar para o mundo o quanto era grande aquele sentimento, o quanto minha força era grande. Mas aos poucos estou me decepcionando e ficando confusa. Será mesmo que é assim que eu quero continuar. Será mesmo que as coisas podem continuar assim. Desculpe-me! Eu não sei ter calma, eu não consigo esperar, sou muito impaciente para isso e você já deveria saber. Eu não sei seguir com insegurança. Eu estou com medo, uma lagrima cai, logo em seguida outra.. me sinto tão segura em teus braços. Mas estou com medo, estou me sentindo fraca e caindo aos poucos. Não quero ficar esparramada pelo chão sem resposta alguma. Não quero ter que ver tudo isso se acabando logo. Eu sou tão forte, sempre consegui. Mas agora algo me pegou de surpresa, esse medo esta me dominando. Eu não quero mais viver assim. Eu não posso, não existe mais ar suficiente. Estou entrando em colapso. É algum tipo de alergia, algum tipo de doença. Meus dedos entre meus cabelos, estou ficando louca. Estou me matando. Porque sofrer tão antecipadamente? Por que me matar, sem antes encontrar a arma certa? Por que eu não consigo ter segurança um pouco se quer. É esse o teu efeito, é essa a tua overdose sobre mim. Porque quando não vejo teu sorriso, parece que tudo esta desabando. Eu não vejo as cores do arco Iris, estou tão distante de estar bem novamente. Hoje o sorriso permaneceu no meu rosto. Estava tudo tão claro. Mas de repente eu me pego pensando demais, demais em algo que eu não deveria. E se você estiver testando até aonde conseguiremos ir? E se nós estivéssemos sendo usados? Eu não quero suportar mais nem um dia. Eu não sei te dividir, eu não sei ficar meio feliz, ou meio triste. Eu já disse, sou problema. Sou confusão. E estou longe de ser algum tipo de cura. Talvez agora eu entenda o significado dos números, talvez minha mãe estivesse certa. Eu não deveria ter saído naquela noite, se eu tivesse ficado aqui olhando a TV em preto e branco eu teria conseguido enxergar todas as verdades. Fugi mais uma vez. Me senti mal e corri pra algo que me deixou pior. Não estou encontrando o caminho, minha bipolaridade esta terminando com o resto que resta de mim. Mais uma vez eu terminei naquela enorme sala abandonada com o narguile no chão e alguns cigarros pelos bolsos. Eu puxava forte, pois cada suspiro era um esquecimento a menos. O ruim foi quando eu percebi que já estava fora de mim. Já não me conhecia. A fumaça embaçou meus olhos. Minha respiração esta tão apertada. Aquele armário, eu deveria ter corrido de lá. Mas ao invés disso, eu me escondi. A poeira de esquecimento alimentou meu cérebro, como aquela fumaça de essência forte. Porque procuro aconchego em coisas que eu sei que não me farão bem? Porque cutucar ainda mais a ferida. É isso, tudo andava tão bem. Mas a solidão esta mexendo com meus nervos, eu olho para todos os lados e não consigo ver nada, alem do meu enorme egoísmo. Talvez fosse isso a culpa, talvez a culpa fosse minha. Deprimente demais para ser verdade. Mas nem as drogas funcionavam. O quarto perdeu as cores, as tintas estão todas daltônicas. Eu não sei pra onde correr e não sei o que esta acontecendo. Quanto mais eu bato os dedos na tecla, mais eu me perco e fico longe de um final. Preciso de ajuda médica? Preciso de conselhos? Ou talvez, apenas de um abraço? Quero sumir, quero sair daqui, quero trocar a casca. As coisas estão difíceis e eu não consigo melhorar. Algo me perturba, eu preciso de socorro. Estas palavras estão fortes demais, mas o que eu deveria dizer? Talvez eu devesse ficar calada. É mais uma madrugada fria e eu não sei o que ainda faço aqui, estou tremula, tanto que quase caio do velho banco. Essa musica esta alta demais para meus tímpanos, mas mesmo assim eu não consigo ouvir som algum. As palavras se perderão no tempo, ou talvez apenas para mim. Se eu pudesse estar envolvida em um edredom, talvez eu estivesse calma. Eu preciso de um café forte e uma pílula de esquecimento. As vezes vivo por culpa de minhas lembranças, mas outras eu preferia ser vazia ao invés de ter uma memória forte o bastante para imaginar coisas que não existem e que me fazem chorar. Sei lá o que esta acontecendo comigo esta noite. Efeito do vinho? Do cigarro? Das perdas? Não sei, e amanhã ainda não vou saber. Porque isso não têm resposta, porque isso não têm motivo. Eu só estou em um estado ruim. Queria mesmo era fugir daqui, esquecer de tudo, rasgar os panos. Queria mesmo era deixar a escola, deixar meus pais e toda essa gentinha que se diz amigável. Não quero confiar em ninguém. Não quero sentir nada. Quero olhar pra frente e deixar o passado pra trás. Talvez assim eu encontre alguma resposta. Ultimamente, me decepciono muito, acho que não agüentei. Me entreguei para o chão. E eu só queria poder me reerguer outra vez. É tão fácil dizer oi e dar um abraço como se nada tivesse acontecido. Mas no fundo eu deveria matar todos aqueles que me usam. Chega ser cômico o quanto sarcástica eu sou, porque eu sei que não seria capaz de machucar nem se quer aquela barata escondida atrás do meu armário, já que ela seria a minha única companhia naquela noite solitária. Por isso eu queria ser gigante. Assim eu não conseguiria ver claramente quem é de verdade e pisaria em todos. Ninguém me conheceria, ninguém sentiria, ninguém ouviria.. e seria como se eu nunca tivesse existido.

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