Morrer é fácil, não dói. Viver é mais difícil.. complicado.
Não que um dia eu quis trocar um sorriso no rosto continuando em frente, pela minha morte. Mas têm certos momentos que eu simplesmente quero ou preciso fugir. Preciso abandonar tudo, e não olhar pra trás. Levar comigo só a saudade e os momentos bons, ou então perde-los pelo longo caminho. Ultimamente, os raios do sol me fortaleceram. Mas hoje percebi que nem sempre é assim. O que eu gosto mesmo é do amanhecer e do fim da tarde. Não gosto do dia em si. É cansativo, suado. Não quero o calor, quero apenas aquela sensação se bem estar, que dá, toda vez que sento no banco da praça e me perco em lembranças. As vezes seria mais fácil fugir de tudo isso, de todas essas mentiras e farsas que nos cercam. Sento-me sobre a mesa de jantar em busca de uma conversa amigável, de segredos a serem divididos e de sorrisos a compartilhar. E o que eu encontro? Nada. Apenas o vazio vindo do seu olhar. Apenas os ruídos de mordidas enquanto mastiga a salgada comida. Não encontro nem se quer um olhar de carinho. Se tornou tão fácil me achar difícil. Se tornou tão fácil duvidar de mim. Não sei descrever como me sinto, realmente ninguém sabe. Todos aqueles sorrisos do dia a dia são verdadeiros. Pois não consigo farsar felicidade. Mas tem dias que me encontro assim, trancada em meu quarto, no escuro. Um dos meus maiores medos, se tornam um dos maiores aliados e companheiros. Parece tudo bem, todo dia jantar em família. Nos finais de semana muita bebida e felicidade. Mas ao olhar de todos eu sou a culpada pelo erro. Eu sou o próprio erro. Eu saio demais, abuso demais, exigo demais. Eu simplesmente sou errada demais. Não estou me colocando como vitima, ou sei lá como o que quiserem pensar. Eu estou apenas tentando acabar com tudo isso que esta dentro de mim. É duro saber que quanto mais você tenta acertar com quem ama, mais você erra. É duro ouvir entre paredes, que querem se livrar de ti, por tu causar tanto incômodo. Eu poderia pegar minhas malas e conviver com o meu velho. Mas será mesmo que eu estaria fugindo disso tudo, ou estaria me metendo em algo pior? Não tenho para onde ir, não tenho com quem contar. Não estou reclamando, pois vejo muitos amigos comigo. Mas é diferente, eu só queria um pouco de carinho. Não quero alguém que fale, mas preciso que me escute mesmo quando eu não dizer nem se quer uma palavra. O jantar começa e acaba em silencio. Todas as vezes que tendo ser alguém normal. Algo me entrega, culpa de gazear aula ou culpa de responder na hora errada. É ruim você saber que não esta ajudando em nada aqui, e pior ainda é não saber e não ter para onde ou para quem correr. Talvez eu queira mais presa nessa vida, talvez assim eu sumiria logo. E tudo ficaria bem. Estou cansada de ver tanta dor causada por mim. As coisas parecem tão bem, mas esse vazio nunca será preenchido. Era tão bom viajar e esquecer de tudo. Era como uma lavagem de memória. Porque você não volta? Eu queria poder sentar na varanda, e olhar você sorrindo e me contando histórias. Agora sento ao lado do tumulo e me perco em lagrimas. Se você estivesse aqui seria mais fácil. Me ensina a ser forte, pois estou esquecendo e tenho medo de não conseguir voltar a me reerguer. Ah esse ar de liberdade, era tudo o que eu queria. Era como se eu pudesse ver, pudesse sentir. Mas não pudesse tocar. Através das portas e janelas, resmungos eu escuto, são apenas reclamações. Apenas desejo de que eu me vá. E se todos estão contra mim, quem poderia me ouvir? Sou tão errada. Mas quero continuar assim, se for preciso. Se eu precisar correr rápido para realizar meus desejos, é isso que eu farei. Não quero me deixar abater. Mas preciso sair daqui. Não quero continuar nesse caminho. As mentiras estão me sufocando. Não quero escutar essas vozes e nem mais ver, o teu rosto com poucas rugas. Eu te amo, mas teu desprezo esta me matando aos poucos. Não pedi para vir, mas peço para que a vida me leve para longe. Sempre preferi a grande família, os milhares amigos. Mas talvez agora, seja a hora de crescer e pegar a passagem sozinha. Sem acompanhante na poltrona. Sem fotos na gaveta. Talvez agora, eu deva continuar apenas comigo mesma. Aqui não é o meu lugar. E eu só quero, me encontrar. Demore o tempo que for. A tua paz vai chegar, logo que eu entrar no trem e me perder entre as velhas e enferrujadas.. trilhas.
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