Desintegrações.

Talvez eu queira mesmo trocar de vida, ter aquela velha vida. Tudo se torna nostálgico, e isso me faz ver que o tempo não para. E se a melhor alternativa fosse experimentar esse novo caminho, então eu deveria segui-lo? Mas e deixar tudo para trás. Não sei se estou pronta. - Talvez eu não esteja. - Tenho alguns meses e a certeza de que não queria que tudo se acabasse assim. Eu não vim até aqui, para desistir agora. O mundo poderia ser menos injusto. Ou a gente se iludir menos. Estar feliz depois que algo trágico acontece não precisa ser fingimento. Isso só mostra o quão forte somos e o quão capazes de superação somos. Pensei demais, quase morri ao pensar, e isso não é bom. É tão incrível não conseguir se quer derramar uma lágrima, é tão duro isso. Pudera minhas lagrimas cair e deixar tudo isso pelo chão, pois eu sabia que ao menos assim, a superfície sugaria e levaria esse sentimento abstrato sem razão. Mas nem isso. Nem uma lágrima, nem uma reação. Era eu e logo depois, nada. Algo explode nesse exato momento dentro de mim. Talvez seja a vontade de escrever, mas não saber sobre o que. Talvez seja o sono. Ou quem sabe então, seja só essa vontade louca de correr e fazer tudo o que eu tenho em mente. Cansei de fugir, não que eu viva assim. Mas pra que me importar tanto com as pessoas. Elas não tem um pingo de consideração. Amigos, tenho poucos. Companheiros, milhares. Temos muitas portas e muitos caminhos, é simples, precisamos apenas puxar a fechadura e empurrar a porta, entraremos para uma nova história. Eu quero ir, eu quero ir por lá ou por ali. Ainda não sei. Mas a areia em meus pés descalços vão me guiar. Chega de viver assim. Chega de ter que agüentar ver essas meninas perdidas em meio desespero de solidão. Um velho amor, sempre será um velho amor. A saudade de tudo, até do que não existe, ainda insiste em permanecer. Mas preciso de umas roupas lavadas. De um perfume mais forte. Eu quero é me perder por lá mesmo. Quero ficar por lá mesmo. Quero com uma mochila nas costas procurar a minha paz. Teu sangue ainda ferve, e pulsa tão rápido quanto seu coração. Você fecha os olhos, lembra de tudo, sente uma falta enorme, e corre pra outros braços em busca de aconchego. Sua pálpebras ficam pesadas, mas têm medo de dormir, pois sabe que se entregaria. Seu orgulho é sufocante. - O meu também. - Foram traços, laços, destino. Para quem acredita no tal. Foram desilusões, fim da estrada. Mas cada fim é um novo começo. Devemos parar agora, e começar agora. Sorrindo vou seguir, pois foi sorrindo que eu vim. Você sabe, eu também sei.. eles me disseram que eu poderia ser forte o bastante. - Pois eu sou. - As horas vão passar, seja 5:15 da manhã. Ou seja: 14:20 da tarde. As horas vão passar, o meu tempo, o seu tempo, o nosso tempo. O vento, a ventania. A tempestade. E até o sol, até o céu. Ou o mel sobre o pão. Cada milímetro que ainda existe em mim, vai se passar. Vai cair pra fora, vai fugir.. Um novo nascer me espera e espera você também. Foi aquela a nossa história. E foi essa a nossa escolha. A última estrela cadente, nunca será a última estrela cadente. O mar leva as estrelas que com a maré baixa chegaram até aqui. Por isso talvez seja minha hora de partir. Seu coração vai ficar bem. Um abraço, sempre te darei. Abra seus olhos, abram os olhos. Quem menos aparece é quem mais é. Quem menos fala, é o que mais diz. Tente entender essas palavras e tudo ficará bem.. ou não..

" Talvez eu não me importe mais, ou deixei os planos perfeitos. "