segunda-feira, 19 de julho de 2010

Benção.

A algum tempo as palavras me fogem, talvez algo me diga que eu devo parar, parar de tentar expressar com palavras e fazer mais. Ou talvez só me faltasse assunto pendente..

Entrei no carro, ansiosa só esperava para vê-la. A saudade e ansiedade estavam me sufocando. Eu fui calada, não transmiti sequer um som. Apenas olhava pelo vidro, via chuva e alguns morros. Admirando, de repente vi que não conhecia aquele caminho. Bom, talvez eles tivessem mudado? Continuei lá intacta com uma rosa nas mãos. Não sei exatamente o que eu esperava. Nem quem eu esperava. Depois de um tempo percebi que eu havia adormecido, abri então meus olhos e vi que estávamos chegando, automaticamente um sorriso se formou em meu rosto, mais rápido do que ele se desfez. Eu percebi que não conhecia aquele lugar, nem aquelas pessoas. Vi também que estava de algum modo tudo mudado. Desci do carro, meio perdida percebi que o tempo estava ruim. Abri a porta, vi quem eu deveria ver, comecei andar pelos corredores daquela enorme casa, percebi então que eu nunca havia estado ali. Sentei no chão do banheiro, e me perguntei quem eu estava procurando? Estava tudo muito confuso para mim. Aquele abraço não era o que eu esperava, aquele gosto e aquele cheiro eu nunca havia experimentado ou sentindo. Segundos mais tarde entrei no quarto, não existia mais nada, nem se quer uma foto ou alguma lembrança para eu tentar me reencontrar. Foi então que cheguei na sala de estar, avistei aquela velha cadeira de balanço onde eu costumava brincar, e uma estrela do mar. Sabia que eu já tinha visto aquilo antes, peguei e comecei ouvir o barulho. Me acalmei e comecei a entender. Eu poderia procurar aonde eu quisesse, eu poderia correr tentando achar o velho campo e eu também poderia tentar andar um pouco mais pra encontrar o velho galpão com cheiro de galinha. Quem sabe eu pudesse revirar algumas gavetas tentando encontrar alguma lembrança. Mas mal sabia eu que de lembrança ali, só existia a minha velha memória. Não adiantaria correr e procurar e o pior – eu sabia disso. - O meu coração estava acelerado. Pois não tinha matado a saudade e muito menos a ansiedade que se fazia presente. Depois de observar percebi, que a família era a mesma, os moveis, os lugares. Mas ela já não estava mais ali, talvez pudesse viver em mim. Mas sua presença já não estava mais ali. É como estar ao meio de um milhão de pessoas e sentir falta de apenas um. O que mais dói, é saber que tudo aquilo continuaria ali. Mas que ela, jamais poderia voltar. A saudade ira permanecer até que eu possa ver você me receber na varanda, já com um sorriso pronto, como de costume.

..benção minha vó (..)

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