sábado, 27 de fevereiro de 2010

Criança.

Vai haver um dia em que todo pensaremos no velho, tempo bom. Aquele que brincavamos na rua de qualquer coisa, inventavamos, nos divertiamos de verdade, e não sorriamos apenas porque todo mundo sorria, mas porque toda aquela felicidade era a resposta que nosso coração transmitia sobre aquele momento. Uma pedra se tornava uma jóia, centavos se tornavam milhoes, correr se tornava vicio. Pega-Pega, Pique-esconde, Adivinha, Pega-Cola. Boneca, Bicicleta, Carrinhos, Bolas de gude (..) Tudo era motivo de felicidade, de querer mais, de querer sorrir mais, uma piada inventada no momento que pra nós não teria graça alguma, mas que antes era incrivel e facinante, inteligente era quem a criava. Talvez deitar em cima do caminhão olhar as estrelas, hoje não signifique nada, mas antes era como estar pertinho de Deus e aquela sensação se tornava única. O tempo passou, nós crescemos, fomos deixando para tras tudo aquilo que nos tornava felizes, fomos deixando de lado as bonecas, enterrando os carrinhos, perdendo as bolinhas de gude, fomos deixando sonhos pelo caminho, deixamos as brincadeiras na arvore, e também a subida no caminhão. Hoje nossa vida tem rotina, hoje tudo tem horario, todas nossas perguntas tem respostas, e a magia já não esta no nosso lado. Eu lembro dos dias de Aleluia, todo mundo com um potinho pra ver quem pegava mais borboletinhas. Os banhos de chuva era toda vez que chovia, nenhuma se passava, correr atras dos chinelos, subir no telhado, brincar de pipa, fazer castelinhos onde nenhum era o rei, onde todos eramos um só. Hoje, lutamos para ter um castelo de verdade, onde nós seremos o rei e rainha, onde mandaremos em todo aqueles que estiverem a baixo de nós, queremos sempre ser melhores que os outros, queremos sempre estar em cima, passamos pelas estrelas sem nota-las e ver o brilho que elas tem, passamos pelas folhas secas na arvore, sem ver como ela é maravilhosa, pissamos encima de centavos, sem saber o verdadeiro valor que eles tem. Hoje tudo se torna facil, não precisamos mais correr mt atras, hoje 10 horas da noite é cedo demais, quando antes era noss record de ficar na rua brincando. Hoje deixamos tudo que é simplis passar em vão, sem saber que a felicidade se encontra nessas coisas, escrevemos carta apenas para fazer baixos assinados e não para dizer o quando amamos uns aos outros, as fotos são todas arrumadinhas, todo mundo com um sorriso falso ou um biquinho pra fazer charme, e realmente isso nem tem graça. Antes as fotos era meio sagradas, mas era divertidas de fato, era lingua pra ca, bocas pra la, caras estranhas, gargalhadas de verdade, não nos importavamos se alguem ia rir da nossa cara quando vissem as fotos, só importava o que nós sentiamos naquele momento. O dinheiro não tinha preço, a beleza era só inferior, o sorriso era grande e nem tão bonito assim, faltava uns dois dentes, mas eram brilhantes de certa forma. Cada estrela um pedido, cada chuva uma história. Antes o que importava era apenas quem eramos e hoje importa, o que temos. Eu sinto falta de ser feliz como antes, sinto falta de ser quem eu quero, sinto falta de olhar nos olhos inocentes de todos e dizer como esse mundo é maravilhoso, sem julgar, sem saber o quanto mal existe. Sinto saudades de viver como uma criança, simplis mas tal grande demais para alguem conseguir decifrar.

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